domingo, 9 de setembro de 2012

SELEÇÃO NATURAL


 - Todos sabemos que os frequentadores das arquibancadas na Caetano Gonçalves, quando para lá se dirigem, já têm em mente seus modelos, parâmetros, resoluções, definições, combinações...enfim, todos têm sua maneira toda própria para apreciar os desfiles, segundo o grau de instrução, sensibilidade e imaginação. – Parece mentira, mas, arquibancada também é escola. – Uma escola onde a Cartilha surge dentro da cabeça do aluno, e eu pergunto: - Até que ponto esse aluno vai manter-se conservador e saudosista? – Ora; o carnaval é um Grande Polvo que tem o corpo no Rio de Janeiro e estende seus tentáculos para o resto do País, principalmente aos estados mais ao Sul, porque Acre, Amazonas, Recife e até mesmo a Bahia, fazem outro tipo de espetáculo. – Mas, o conservadorismo Carioca, foi despedindo-se da passarela logo após a chegada definitiva da Cor na TV brasileira (março de 1972), quando um bom número de artistas plásticos e intelectuais resolveram entrar na brincadeira (?). – Nasce a partir daí a fase “plástica” do carnaval brasileiro, onde as fantasias, a indumentária e as alegorias ganham uma nova versão, uma nova estética que dá mais brilho e colorido à esta manifestação cultural. – Reservadas as proporções, em Bagé, nós também estamos buscando o Belo em detrimento a saudosismos. – Conscientizamo-nos de que sem Luz não há Show, e estamos quase pondo os pés, de vez, no mundo do profissionalismo para alegorias, fantasias e adereços. – A Luz é a grande incentivadora, porque, como diz o ditado “No escuro, todos os gatos são pardos”. – Então, com boa iluminação, aquele público da arquibancada – experiente – nota tudo mesmo. – As belezas, as grandezas...e os ridículos. – Está mais do que na hora para que se sacuda o carnaval bajeense, na forma de proporcionar a essa gente, fiel, mais arte, mais graça, mais arrojo, mais sonho, mais ficção, mais prismas em combinação de cores...tudo isto surgindo através de pessoas qualificadas e com conceito elevado no mundo da Arte. – Aposto que a arquibancada toda vai gostar e entender. – O que pode ocorrer, à princípio, é que pessoas ligadas a um carnaval que já foi, que já era, como os dos anos 40, 50, 60 e 70, essas que dizem “Ah...naquele tempo sim que era bom”, é que essas pessoas fiquem expressando o seu desdém aí pelos cafés do centro. – Mas, de nada importa. – A grande maioria delas há muito tempo não pega uma tesoura, uma linha, um giz, um couro pra empachar, um surdo pra pintar, não aparece nos ensaios da sua entidade...e carnaval é assim: Processo de seleção natural, onde só os mais fortes, belos e atuais sobrevivem.
( Eu )