- Todos sabemos que os
frequentadores das arquibancadas na Caetano Gonçalves, quando para lá se
dirigem, já têm em mente seus modelos, parâmetros, resoluções, definições,
combinações...enfim, todos têm sua maneira toda própria para apreciar os
desfiles, segundo o grau de instrução, sensibilidade e imaginação. – Parece
mentira, mas, arquibancada também é escola. – Uma escola onde a Cartilha surge
dentro da cabeça do aluno, e eu pergunto: - Até que ponto esse aluno vai
manter-se conservador e saudosista? – Ora; o carnaval é um Grande Polvo que tem
o corpo no Rio de Janeiro e estende seus tentáculos para o resto do País,
principalmente aos estados mais ao Sul, porque Acre, Amazonas, Recife e até
mesmo a Bahia, fazem outro tipo de espetáculo. – Mas, o conservadorismo
Carioca, foi despedindo-se da passarela logo após a chegada definitiva da Cor
na TV brasileira (março de 1972), quando um bom número de artistas plásticos e
intelectuais resolveram entrar na brincadeira (?). – Nasce a partir daí a fase
“plástica” do carnaval brasileiro, onde as fantasias, a indumentária e as
alegorias ganham uma nova versão, uma nova estética que dá mais brilho e
colorido à esta manifestação cultural. – Reservadas as proporções, em Bagé, nós
também estamos buscando o Belo em detrimento a saudosismos. –
Conscientizamo-nos de que sem Luz não há Show, e estamos quase pondo os pés, de
vez, no mundo do profissionalismo para alegorias, fantasias e adereços. – A Luz
é a grande incentivadora, porque, como diz o ditado “No escuro, todos os gatos
são pardos”. – Então, com boa iluminação, aquele público da arquibancada –
experiente – nota tudo mesmo. – As belezas, as grandezas...e os ridículos. –
Está mais do que na hora para que se sacuda o carnaval bajeense, na forma de
proporcionar a essa gente, fiel, mais arte, mais graça, mais arrojo, mais
sonho, mais ficção, mais prismas em combinação de cores...tudo isto surgindo
através de pessoas qualificadas e com conceito elevado no mundo da Arte. –
Aposto que a arquibancada toda vai gostar e entender. – O que pode ocorrer, à
princípio, é que pessoas ligadas a um carnaval que já foi, que já era, como os
dos anos 40, 50, 60 e 70, essas que dizem “Ah...naquele tempo sim que era bom”,
é que essas pessoas fiquem expressando o seu desdém aí pelos cafés do centro. –
Mas, de nada importa. – A grande maioria delas há muito tempo não pega uma
tesoura, uma linha, um giz, um couro pra empachar, um surdo pra pintar, não
aparece nos ensaios da sua entidade...e carnaval é assim: Processo de seleção
natural, onde só os mais fortes, belos e atuais sobrevivem.
( Eu )
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